17 de dezembro de 2006

TEATRO DE PALAVRAS

MALLARMÉ, OCTAVIO PAZ E FERNANDO PESSOA
UM ESTUDO DE MARIA ESTHER MACIEL

CONTRIBUIÇÃO ENVIADA POR LIANA

PARA O CONTRAPONTO ANEXOS
LINK COM O TEXTO NA ÍNTEGRA

13 de dezembro de 2006

Contraponto

Ateliê

“A discussão de Sergio Fingermann versou hoje sobre “O olhar do outro”- que se faz e se constrói, sendo sempre na ilusão que este olhar se fixa , e opera encantamentos, na emergência de uma temporalidade aprisionada.
O humano é o instante que se faz nesse “ver”, sempre um ver de outra forma.

Todo artista opera com o esquecimento, dando a espessura de alma, de memória recuperada neste gesto, neste olhar distraído que possibilita o instante que se faz ver. Tecendo o tempo na sua temporalidade desarmada. Um olhar armado não vê.

‘Todo artista deve fazer a escolha própria, como no caso do uso da cor, fazer a sua própria cor, na volta do uso da paleta, criar sua própria variação, descobrir-se nessa possibilidade de misturas e tons.”

“Utilizar o afastamento, deixar a pintura falar, ver aquilo que foi intencional ou não, se esta cooperando com o espírito. Acordar com o espírito, não ser apenas um mero fazedor, mas diretor.”

Como sugestões de leituras, Sergio indicou “O Gattopardo”, romance de Tomasi di Lampedusa, encontrado na editora Record, tema que foi filmado por Luchino Visconti (tambem em DVD).





Outras sugestões:

Proust, e Dino Buzzati no romance “ O deserto dos Tártaros”;
ambos reverberam sobre o tempo, leitura obrigatória para as férias.

Outro ponto da discussão foi o Artigo de Arnaldo Jabor (12/12/06):
JGS

10 de dezembro de 2006

POEMA















Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras

Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria

não dum e doudro lado da luz
mas no próprio seio dela

Intensamente amantes
loucamente amadas

E espalham pelo chão braços de luz
cinzenta
que se introduzem pelo bico nos
olhos do homem

Por outro lado
a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como os amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca.

Mario Cesariny (1923-2006)

[in Pena Capital, Assírio & Alvim, 3ª edição,2004]

5 de dezembro de 2006

Poesia : Sophia de Mello Breyner Andresen


Poema de geometria e de silêncio
Ângulos agudos e lisos
Entre duas linhas vive o branco.



Aquarela: Jugioli