13 de outubro de 2006

acantos

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Divagações sobre o tempo

O poeta mato-grossense, Manoel de Barros disse: “ dentro do corpo de cada molusco mora um matemático invisível. Jogando o jogo-do-bocó, que aprenderam no “livro sobre o nada”, também de sua autoria. E eu, preocupada com o tempo, digo: “os caramujos, as conchas e todos os seres que habitam os oceanos, me causam transtornos metafísicos, eles me fazem pensar sobre o mistério do universo. Acho, por exemplo, que as conchas são seres vaidosos, com suas vestes coloridas e excêntricas.
Elas se vestem de areia colorida, de várias.... várias tonalidades, atualizadas no tempo e no espaço; misturam ocre ao açafrão, do azul anil ao lilás de cetim, do amarelo as pintas de gris de payne, sem nenhuma cerimônia, e por isso além de serem matemáticos, como disse o poeta, são matemáticos e artistas, felizes em tecer de mil maneiras suas formas de ar e plumas.

JGS

29.4.03

Um comentário:

Anete Ring disse...

Juracy,
Olhar a Natureza é realmente extraordinário. As cores e as relaçoes entre elas, as texturas, as formas, são lições para o olhar e devolvem um enorme prazer nesta comtemplação.
Entre tantas belezas, as conchinhas do mar, que você descreveu tão poeticamente, são pequenas jóias que o mar nos oferece para podermos desviar nosso olhar por instantes da imensidão de suas águas.
Será realmente um exercício do olhar observar a Natureza?
Anete